sábado, julho 30

Vanessa Pinheiro


Um serão cultural que contou com os elementos do Biblioteca de Babel e do Explicações de Português. Primeiro com um jantar no restaurante Indo-Paquistanês (MacGuls), onde nos deliciámos com a comida condimentada, e onde encontrámos o nosso colega blogger superstar Vital Moreira. Aliás, nem lhe ligámos, andamos chateados com a história da Ota e do TGV e não damos abébias aos adversários. Também ele não nos conhece de todo, mas isso não importa nada agora. Partimos depois para um grande concerto no TAGV. Não confundir com TGV! O TAGV é o Teatro Académico Gil Vicente, onde, convidados pelo Professor Pires Laranjeira, assistimos a um grande concerto da doce e sensual voz brasileira do momento: Vanessa Pinheiro. Muito bom! Obrigados pelos convites.

PS: quando chego a casa vejo que VM já acrescentara quatro ou cinco posts ao Causa-Nossa. O homem não pára.

A direcção

quinta-feira, julho 28

O Verdadeiro serviço público.



Obrigados!

quarta-feira, julho 27

"pela boca morre o peixe"?!

Discutíamos o protecionismo, textêis chineses, concorrência, etc... E nos comentários, o protecionista diz assim:
A concorrência é necessária....com igualdade de condições para todos.

E eu:
Tens que explicar o que são igualdade de condições... essa não tem ponta por onde se lhe pegue.

O protecionista:
Eu em portugal SOU OBRIGADO a comprar filtros, contruir ETAR´S para a minha empresa e porque é que os chineses não são obrigados a nada disso?

E eu:
Se eles não cumprem as normas ambientais é pior para eles pois vão ter que levar com a poluição o que os atrasará em relação a nós...quando falamos de poluição atmosférica, que segundo alguns teóricos pode afectar a temperatura global o problema pode pôr-se de outra maneira: mas mais ridículo ainda se torna, pois se falamos de textêis... o que é que isso prejudica em termos de poluição?

o protecionista:
Produzir texteis não faz poluição, ahahahaha,vai ao vale do ave, ver os peixes dos rios.

E eu:
Mau... então nós não eramos obrigados a pôr filtros e construir ETAR's? Onde está a igualdade de condições? Tens razão.

Pois... o protecionista acaba de justificar porque devemos comprar os textêis chineses em vez dos portugueses.

a acusação do protecionista

"tu só queres é comprar barato"

"E o que tem o acusado a dizer desta acusação?"

"Culpado, Sr. Dr. Juiz"

mentira

Há quem pense que o egoísmo é uma ideologia. Toda a esquerda acusa a direita, sobretudo a direita liberal de ser egoísta e individualista. Não. O Individualismo e o Egoísmo fazem parte da natureza humana. Todos defendem os seus próprios interesses. Isso acontece sempre. Mas só alguns o dizem: é o chamado discurso politicamente correcto.

A esquerda diz que isso não está certo. O que se deve defender é o bem da comunidade, não o bem de cada um, individualmente. A natureza humana sendo vil, egoísta e invejosa deve ser desprezada. Introduz um conceito novo: o bem comum, as causa comuns, etc.

A única causa comum, que toda a gente tem é a de melhorar a sua própria vida. Mas esses políticos que defendem esta ideologia estão sempre a falar de causas nacionais: "agora a causa nacional é o Euro 2004", "agora a causa nacional é o aeroporto da Ota e o TGV", e etc. Eles é que sabem o que as pessoas querem, e elas acreditam.

Mas esses políticos são humanos, e como humanos são egoístas e individualistas. Isso significa que mais tarde ou mais cedo terão que acautelar os seus interesses. E significa que aplicarão a sua visão individual aos outros.

A isto tudo chamamos engenharia social: quando uns teóricos decidem o que é melhor para toda a comunidade. Decidem o que elas precisam o que elas querem. Decidem o que elas devem estudar e o que deve ser Cultura.

Fazem-no porque controlam o dinheiro dos nossos impostos. Conseguem-no porque as pessoas votam sempre nos políticos que gastam mais dinheiro, porque são estes que aparentam ter tido mais trabalho. Por exemplo Guterres fez as Scuts, elas serão pagas até 2023. Fez a barragem do Alqueva: é grande e não serve para quase nada.

E isto tudo em nome da comunidade. Que ninguém sabe o que é.

ignorância

Um povo estúpido acredita no que lhe disserem. Se pessoas, aparentemente inteligentes, afirmam uma coisa é porque deve ser verdade. Se os jornalistas não o contestam, concordando com o conteúdo que ali é debatido, questionando apenas um ou outro detalhe lateral, então é porque é mesmo verdade.

Se lhes disserem que comprar os textêis mais baratos é uma invasão eles acreditam. Apenas os industriais dos textêis sabem que isso não é verdade.

Se lhes disserem que comprar electricidade espanhola é desnecessário eles acreditam. Os donos da EDP agradecem.

Se lhes disserem que é preciso ter uma marca de gasolina portuguesa eles acreditam. O Fernando Gomes fica satisfeito.

Se lhes disserem que é preciso ter um banco sob controlo estatal eles acreditam. O Mira Amaral, o António Guterres, o Freitas do Amaral e tantos outros que por lá recebem agradecem.

Se lhes disserem que precisam de um novo aeroporto eles acreditam. Os empreiteiros ficam contentes.

Se lhes disserem que é preciso um grande aeroporto, daqueles mesmo muito grandes, eles acreditam. Os empreiteiros ficam radiantes.

Se lhes disserem que a culpa da crise é de todos e então que esta deve ser paga por todos eles acreditam. Os funcionários públicos que têm o seu emprego garantido, a sua reforma garantida, os cuidados médicos, a sua (ligeira) carga de trabalho garantida e os seus cuidados médicos (quase gratuitos ou mesmo completamente gratuitos garantidos) grantidos, agradecem do fundo do coração.

Se lhes disserem que a Expo e o Euro foram bons para a economia eles acreditam. Os empreiteiros, os boys e os políticos ficam muito agradecidos.

Se lhes disserem que investimento público é bom eles acreditam. A quantidade de empresários que ganha dinheiro à custa do Estado agradece-vos a todos, esses também gostam que vocês acreditem nisso.

terça-feira, julho 26

mais um ídolo que se vai...

Para que conste, eu também sou daqueles que aguentam esta merda à tona. Falar agora do Lance nem faz grande sentido, parece que o faço obrigado, não tem cabimento se é para festejar a sua vitória, essa está garantida desde a segunda etapa do Tour, há mais de três semanas que quem percebe alguma coisa de ciclismo sabia disto... Não. só vale a pena falar de Lance porque ele "foi/é" o maior ciclista de todos os tempos e vai-se retirar. Só por isso. Mas para apaixonado do ciclismo não posso deixar de me sentir satisfeito: para o ano o Tour vai ter muito mais interesse. Não sou daqueles que só vêem aquilo que os outros dizem que está na moda. O ciclismo, para quem é gajo, está sempre na moda. Há aqueles que não percebem porque é que às vezes um gajo fica horas a ver gajos em cima de bicicletas e, aparentemente, (e às vezes realmente) não se está a passar nada e eles ainda estão a 100 Km da meta, e quase parados. Olha, enfim, às vezes nem eu sei porquê...

Em directo...



Via Arioplano.

protecionistas: coerência zero

Teoria do protecionista:

- os textêis que vêm de fora são maus porque temos cá textêis...

Então porque compras roupa estrangeira?
Porque não compras apenas roupa feita em Portugal?
Porque queres obrigar os outros a comprarem roupa portuguesa? Não poderia ser apenas uma questão de escolha individual?
Se sim, sou obrigado a ser nacionalista? Não tenho opção de escolha? Defenderás um regime repressivo para me obrigar?

- devia ser ilegal as empresas saírem do país apenas pelo lucro.

O argumento da inveja. A lucro dos outros é mau, o nosso é justo.
O cúmulo da incorência: devíamos ser liberais para permitir que empresas estrangeiras venham para cá, mas devíamos ser socialistas e impedir que elas saiam. Devíamos nacionalizar as empresas quando um empresário se vai embora. Incorência total: se o empresário vai embora é porque não dá lucro, ninguém abandona uma mina: o Estado ao intervir só ganha prejuízos

- não é justo haver concorrência em condições desiguais.

Concordo. Os portugueses não estão na mesma condição dos franceses, alemães, americanos e alemães. Temos que terminar todas as relações comerciais com estes países.
Mas que raio são condições iguais, em que teoria económica te baseias?

- uma economia auto-suficiente gere-se melhor.

Então estás a recusar os benefícios do comércio internacional? SIM ou NÃO?
Tens que optar, não podes dizer que o protecionismo é bom para umas coisas e é mau para outras. Não podes afirmar A e não A. Diz lá... fico à espera.
E se defendes o protecionismo porque o fazes ao nível de país?
Porque não um protecionismo ao nível de uma região, distrito ou concelho?
Porque não fazes tu próprio as tuas roupas?

Uma teoria tem consistência. Um modelo tem coerência e aplicação. A aplicação chama-se mercado e sempre que o deixam funcionar ele resolve os problemas das pessoas. Porque o mercado não é uma invenção de economistas: é uma interacção social normal.

Quando é que vais entender que a economia é tudo aquilo que as pessoas fazem para produzir e trocar produtos, não é uma teoria abstracta que deve ser aplicado por intelectuais sentados na cadeira do poder?

Fico estupefacto quando uma pessoa formada em Gestão não consegue compreender as virtualidades do mercado e do comércio? quando não entende a economia como uma ciência que estuda os fenómenos sociais, não os inventa.

O protecionismo não tem qualquer consistência a nenhum nível, que teimosia!

segunda-feira, julho 25

Mário Soares

Comentário de uma transeunte sobre a candidatura de Mário Soares à presidência da República: "nem oito nem oitenta".

o google print português

O Estado português vai gastar 13 milhões de euros para colocar os processos judiciais na internet (acesso apenas para os juízes, creio eu). 13 milhões? 13 milhões de euros?! Será que além de oferecerem um computador a cada juíz e lhe pagarem o acesso à internet também lhe vão fazer obras em casa? ou oferecer une nouvelle maison a cada um... de qualquer maneira, estão lançadas as bases para criar o maior concorrente do Google Print. Mais rápido que os franceses... contra o imperialismo americano...

post dedicado aos protecionistas (2)

Se importar textêis é mau porque é que há-de ser bom importar carros?

Quem é bom português só compra Volkswagen Sharan, Seat Alhambra e Ford Galaxy.

Balzac et la petit tailleuse chinoise



Ontem fomos brindados por um excelente filme na RTP1. Uma história de amor que decorre durante a Revolução Cultural Chinesa. Dois rapazes da classe média-alta, educados a ler romances europeus e ouvir (e tocar) música clássica são enviados para sererm "reeducados" numa província chinesa, isto é, foram cumprir uma pena de trabalhos forçados numa aldeia que desconhece completamente a cultura contemporânea onde estes rapazes foram formados. Na aldeia, a monotonia mata mais do que o trabalho, já de si duríssimo. E os rapazes vão fazer tudo para conseguir encontrar um romance estrangeiro. Um excelente retrato da China de Mao.

Muito interessante, embora no fim exagere na tentativa de puxar a lágrima, ao estilo de Cinema Paraíso. A ver, já que a RTP não passa mais de um mês sem repetir um filme.

post dedicado aos protecionistas

Se importar textêis é mau, porque é que há-de ser bom importar empresas de telecomunicações?

Telefone fixo custa mais do dobro em Portugal do que na UE e acesso à Internet custa cinco vezes mais

(via O Insurgente)

domingo, julho 24

James Denton aka Mike Delfino

Partilhando o gosto da Bomba Inteligente...

Uma das razões (apenas mais uma) para não perder Desperate Housewives:

sábado, julho 23

Orquestra Típica Albicastrense apresenta Saudades da Beira

A minha escolha:
Preces à Idanha
Solo: António Cândido

sexta-feira, julho 22

Da janela do meu quarto...

Castelo Branco, 22-07-05 às 20:05
Da janela do meu quarto...
... cheiro o fumo...
... oiço as sirenes...
... vejo o fumo e por trás dele esconde-se um sol a arder...

O que se pode fazer sem ADSL...

Durante algumas semanas estive ligada ao mundo por uma ligação de 35 Kbps, ou seja, estive quase desligada do mundo. A certa altura resolvi voltar a ler… livros (romances, mais precisamente).
Li:













E:














Mas, depois, queria algo diferente e, como ainda não tenho todas as minhas coisas arrumadas (acabei de mudar de casa), resolvi ler uns livros que comprei (nos meus tempos da universidade…) para uma cadeira que não cheguei a concluir:



Aconselho todos estes livros.
Budapeste, de Chico Buarque, é um livro surpreendente, com uma narrativa interessante e uma história diferente. Os adjectivos são comuns mas não posso deixar de os usar apenas porque outros abusam na sua utilização.
Crónica de uma Morte Anunciada, de Gabriel García Marquez merecia uma "bolinha vermelha". Já que não tem aviso as pessoas sensíveis que pode impressioná-las. Mas aviso ainda que as revoltas do estômago valem a pena.

Quanto aos outros… deixo o link da Editora para quem resolver aprender uma outra língua... sonante como é o italiano.

Enquanto isso eu retomarei as minhas e-leituras...

quinta-feira, julho 21

dois palhaços, dois pesos, duas medidas

Em Portugal, quando um zé ninguém, como eu, chama a um líder político de palhaço, isso tanto pode ser um insulto baixo como uma conclusão lógica. Se esse político for de esquerda é um insulto baixo. Se for um líder de "direita" (com aspas, não esquecer) então é uma conclusão lógica. Isso é o próprio google que nos diz, basta clicar nos links. É por isso que Santana tem mais de 3.800 ocorrências e Sampaio apenas 800 e tal.

É assim. Quando se demite um Ministro da Juventude e do Desporto convocam-se novas eleições. Quando se trata de um "mero" Ministro das Finanças, "no pasa nada".

Uma das personagens governou durante 4 meses. Outro foi co-responsável pelos piores governos que o país conheceu.

Um deles é responsável pelo maior golpe de Estado da História contemporânea portuguesa, dissolvendo um parlamento com uma maioria parlamentar estável, qunado o que devia, segundo a Constituição, ter sido feito, era, no máximo, dissolver o Governo e mandar formar um novo. O outro não era casado e aparecia nas revistas cor-de-rosa.

e agora, palhaço, não dizes nada?

quarta-feira, julho 20

serviço público

Uma concorrente tenta responder a uma pergunta desconhecendo completamente a resposta. Durante 15 minutos ela hesita em escolher uma de três hipóteses de resposta, um de três livros. Nunca leu nenhum deles. O público em casa começa a ficar enervado. Ela olha e olha, sorri muito e o público gosta e diz com ternura "é muito bonita". O apresentador, apesar das suas orientações sexuais, também pensa mais ou menos o mesmo: "uma mulher tão bonita, parece esperta, isto só pode ser bom para as audiências". Não podemos perder de vista que ela não sabe a resposta, a escolha entre A, B ou C é completamente aleatória. Mas será? Ela espera o máximo que lhe é possível esperar, não se precipitando e deitando tudo a perder. O apresentador vai fazendo conversa. Ela vai raciociando em voz alta. É apenas um pseudo-raciocínio, ela já admitiu que não sabe a resposta, mas mesmo assim as pessoas engolem como se fosse de uma pessoa muito inteligente esperar para saber se se deve responder A, B ou C. Finalmente o apresentador intima a concorrente a escolher uma resposta. A concorrente bonita responde B. Então o apresentador pergunta "mas tem a certeza?" E ela diz que não. Finge que vai pensar mais um pouco. O apresentador dá mais um pouco de conversa. Ambos sabem que não podem dar muito nas vistas. O apresentador sabe a resposta. Agora a concorrente também. Mas ainda não se podem precipitar. Depois do tempo razoável o apresentador volta a pedir uma resposta. resposta A. O apresentador manda bloquear. Estava certa. O público embevecido comenta em casa: "ela é mesmo inteligente". Acabou de ganhar 35 mil euros.

Este tipo de fraude é conhecido vulgarmente como "cultura geral". Tecnicamente como "programa de entretenimento". Não perca, de segunda a sexta, na RTP1.

segunda-feira, julho 18

Sete palmos de terra

-Não pode ser assim tão simples...
-E se for?

Foi com esta conversa sobre o sentido da vida que terminou esta série de Sete Palmos de Terra. O episódio deu tudo o que a série precisava. A série deu tudo o que o espectador esperava dela. Vai havendo boa televisão: com Os Sopranos e esta série tivemos acesso a uma obra prima por semana. Esperemos pela próxima.

nunca levar uma nuvem à máquina de lavar...

Parabéns!

À Fonte e ao Mário Almeida.

(parabenização atrasada mas só agora cheguei da Luz)

uma lição de vida

Uma galinha achou alguns grãos de trigo e disse aos vizinhos:
"Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém me quer ajudar a plantá-lo?"
"Eu não" - disse a vaca.
"Nem eu" - emendou o pato.
"Eu também não" - retorquiu o porco.
"Eu muito menos" - completou o bode.
"Então, eu mesma planto", disse a galinha.

E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu, com grãos dourados.
"Quem me vai ajudar a colher o trigo?" - quis saber a galinha.
"Eu não" - disse o pato.
"Não faz parte das minhas funções" - disse o porco.
"Não, depois de tantos anos de serviço", - exclamou a vaca.
"Eu arriscava-me a perder o fundo de desemprego" - disse o bode.
"Então, eu mesma colho" - disse a galinha, e colheu o trigo, ela própria.

Finalmente, chegara a hora de amassar o pão.
"Quem me vai ajudar a cozer o pão?" - indagou a galinha.
"Só se me pagarem horas extra" - exclamou a vaca.
"Eu não posso por em risco o meu subsídio de doença" - continuou o pato.
"Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão" - disse o porco.
"Caso seja sozinho a ajudar, é discriminação" - resmungou o bode.
"Então, eu mesma faço" - exclamou a pequena galinha. Cozeu cinco pães e pô-los a todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver.

De repente, toda a gente passou a querer pão, e pediu um bocado. A galinha disse simplesmente: "Não! Vou comer os cinco pães sozinha".
"Lucros excessivos!" - gritou a vaca."Sanguessuga capitalista!" - exclamou o pato.
"Eu exijo direitos iguais!" - bradou o bode.
O porco, esse só grunhiu.

Pintaram faixas e cartazes dizendo "Injustiça" e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.
Chamado um fiscal do governo, disse à pobre galinha:
"Você, galinha, não pode ser assim tão egoísta"
"Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor" - defendeu-se a galinha.
"Exactamente" - disse o funcionário do governo. "Essa é a vantagem da livre iniciativa. Qualquer pessoa, numa empresa, pode ganhar o que quiser. Mas, de acordo com a nossa moderna legislação, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto do trabalho com os que não fazem nada".

E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha, que sorriu e cacarejou: "eu estou grata", "eu estou grata".Os vizinhos é que passam o tempo a perguntar porque é que a galinha nunca mais fez um pão.

Esta fábula deveria ser distribuída e estudada em todas as escolas portuguesas. Talvez que, assim, decorridas uma ou duas gerações, a mensagem central pudesse tomar o lugar de toda essa papagaiada pseudo-igualitária que insiste em deprimir o nosso país e condená-lo ao eterno miserabilismo.

(mail em circulação pela net)

domingo, julho 17

os impostos dos funcionários públicos

Quem defende o Funcionalismo Público costuma usar o seguinte argumento: os únicos impostos garantidos que o Estado tem são os que vêm dos seus assalariados. Com estes salários o Estado é ressarcido da sua despesa.

Esta FALÁCIA é completamente estúpida, por várias razões.

1- porque se desmente consultando qualquer documento oficial, o que qualquer pseudo-intelectual consegue fazer

2- porque quando se recebe 100 e se paga 20 de imposto, é ESTÚPIDO pensar que os 20 pagam os 80

3- porque quem o diz não sabe matemática

Isto explica-se de maneira muito simples. Toda a despesa do Estado, da Administração Pública, tem que vir programada no Orçamento Geral do Estado (OE). Ora imaginemos que o Estado tem um orçamento de 10. E desses 10 destina 4 ao pagamento de salários. Ora desses 4 de salários fica com 1 pelos impostos. Eu pergunto: como é que esse um paga o OE? como é que esse um paga os 10? E não podemos esquecer que nesses 10 tem que estar contemplado também a despesa que se faz no trabalho desses funcionários: os lápis, o papel, as aspirinas, os carros, os tinteiros de impressora, etc. Digamos que se gastou 5 com os funcionários para se receber 1. Mas o que se recebeu nunca chegou a sair do bolso do Estado. Ele apenas o mudou de bolso e poupou para ajudar a pagar o mesmo salário para o próximo mês...

Então chegamos à outra FALÁCIA: "mas eu quando consumo também pago impostos, quando bebo cerveja, quando pago o selo do carro, quando faço compras no supermercado, pago sempre o IVA"

Ora bem: novamente este argumento é BURRO. E esta pessoa continua sem saber fazer contas:

1- porque mesmo que o funcionário gastasse tudo o que ganhou (3) isso nunca compensaria aquilo que se gastou para lhe pagar (5) - nem os 10 do Orçamento Geral do Estado - e mesmo que gastasse os 3 que recebeu na íntegra, e mesmo que todos os produtos que consumisse pagassem 21% de IVA isso só justificaria um quinto das suas despesas, isto é: para receber um salário de 3 o Estado gasta 5 e só recuperaria, no máximo, e idealmente apenas, 2,60 (pouco mais de metade!)

2- porque o funcionário ao pagar IVA não está a contribuir para o Estado, está a contribuir para ele próprio consumindo, porque o mérito da despesa do IVA não é dele: se o Estado recebe o dinheiro do selo do carro foi porque alguém o construiu, se paga imposto pela cerveja é porque alguém a fez, a distribuiu e a vendeu, quer bebe, não quer não bebe

3- porque a questão nunca pode ser "para onde vai o dinheiro que eu gastei" esse já vimos que não chega para pagar aquilo que recebeu, não! a questão é: mas afinal de onde veio o tal OE, os 10?

É nisto que eu meto a discutir: MATEMÁTICA. Mas depois só ouço: "isso são ideias tuas"!
É por estas e por outras que os professores consideram a MATEMÁTICA uma ciência FASCISTA. E a economia uma teoria de alguns. Porque, na cegueira ideológica em que se vive, a POLÍTICA, é sinónimo de perservar os direitos adquiridos (os tais 5 que se gastam) à custa do que os outros produzem (que é de onde vêm os tais 10).

o que tu queres sei eu, pá!

Aqui há dias voltei a ser um pseudo-intelectual. Era a minha alcunha na faculdade e agora voltou a cair-me em cima. Ou o pessoal já me conhecia ou então recorreu ao mesmo argumento: em vez de

"o que vossa excelência almeja, consigo eu discernir"

passam directamente a

"o que tu queres sei eu, pá"

Isto só para dizer que por vezes as discussões são difíceis, as outras pessoas não respondem, ou não se calam, como deviam. A verdade é que vai havendo respostas, mas para uma discussão ter frutos é preciso que haja um conhecimento de ambas as partes sobre o assunto que se discute. Mas claro que é mais fácil ter uma opinião sobre tudo e sobre nada, ainda que seja uma opinião definida apenas pela negativa: "não tens razão (ponto final). Quem lê qualquer coisa, mas não aquilo que nós achamos que essa pessoa devia ler passa então a ser "Pseudo-Intelectual".

sábado, julho 16

Mais uma vez os jornais desportivos à frente do seu tempo...

Depois de Robinho também Tomasson está garantido no Benfica. Ao assinar o preto no branco ele terá dito que, e passo a citar, "sou benfiquista desde pequenino".

Adeus ao Sabugal

terça-feira, julho 12

Apenas uma dúvida…

É normal que na factura da PT relativa ao mês de Junho encontre um IVA de 21%?
Isso é legal?

Prós e Contras

O prós e contras acabou hoje, vai para férias. A última frase do programa, da autoria de Arnaldo Matos, resume bem as conclusões a que se chegaram ao fim de tantos programas:

"A culpa é dos capitalistas!"

Leituras: Os Flagelados do Vento Leste


Na semana passada foi notícia a comemoração dos 30 anos de independência de Cabo Verde. Foi por isso que me lembrei de um livro que li recentemente. Um livro de Manuel Lopes escrito e publicado alguns anos antes da independência: Os Flagelados do Vento Leste.

Manuel Lopes, cabo-verdiano, morreu no início deste ano, em Lisboa, onde vivia já há 50 anos. Os Flagelados do Vento Leste retratam o que este presenciou durante os anos 40 em Cabo Verde, a sua terra, depois da seca de 1942.
O tempo em que este livro foi escrito exigia uma literatura comprometida com os problemas sociais e de denúncia. E a situação das ilhas cabo-verdianas contribuía para que os seus escritores seguissem as premissas do neo-realismo. Mas em Os Flagelados do Vento Leste realço a narrativa em si, sem grande destaque da denúncia social.
Uma narrativa que é, nas primeiras páginas, muito descritiva para realçar que a culpa dos males é a natureza das ilhas, adversa à presença humana.
A minha leitura foi feita no âmbito de um trabalho académico mas encontrei nela o prazer de um bom livro com alguma acção reservada para as páginas finais. Algumas cenas que chegam a arrepiar. E isso não é qualquer livro ou escritor que o consegue...

Bibliografia: Manuel Lopes, Os Flagelados do Vento Leste, Edições 70, 2ª edição, Lisboa, 1984.

sábado, julho 9

Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith

Por vezes temos vontade de voltar a ser adolescentes. A saga Star Wars tem tudo para nos prender: uma história, personagens, veículos que nos impressionam, exotismo galáctico, etc... E tudo isto tem mais encanto porque a nova série respondia aos nossos anseios de adolescente. Nós todos esperávamos estes filmes desde que vimos o Regresso do Jedi. O problema é que já não somos adolescentes. Vamos ver os novos episódios e lá está aquilo que queríamos e o que esperávamos, menos um filme entusiasmante. Gostamos de ver, mas não saímos impressionados. Vamos apenas para satisfazer o adolescente que (ainda) há em nós.

Sendo assim estes filmes, da segunda saga Star Wars, levam a um equívoco. Ou porque vêm com 10 anos de atraso, ou porque, a ser feitos agora, deviam ser feitos para adultos, que já foram adolescentes, e não para adultos que ainda são adolescentes (ou nerds...). Ainda assim, este último ainda é o menos mau.

sexta-feira, julho 8

Conversas de café... com professores II

Ontem tive a tarde mais humilhante da minha vida: estive a discutir economia com colegas professores (e um deles meu bom amigo). Para eles economia é aquela coisa que estuda a maneira como se colocam as setinhas das cotações da bolsa à frente do nome das empresas capitalistas. Adam Smith, e isto foi-me dito com estas palavras, "é um tipo cujas ideias já não têm aplicação hoje em dia". Eu lembrei-me das "teorias" de Lavoisier e de Newton. Ainda refilei que não são teorias, que são leis. Mas, para eles, a Economia não é uma ciência. São teorias. Que não tem nada que ver com eles, por certo.

Passei uma tarde a tentar explicar que o Estado não se sustenta a ele próprio. Sustenta-se da economia privada (daquilo que não é Estado - ou admnistração Pública). Mas eles não entendem. Para eles o Estado vai buscar o dinheiro para lhes pagar aos impostos que eles pagam. E aos impostos dos produtos que eles consomem. São autosuficientes e desprezam qualquer actividade privada, apesar de muitos deles acumularem o seu ordenado de professor com um negócio próprio. Não se lembram que se só tivessem o negócio teriam de trabalhar mais para pagar a quem faz sempre o mesmo. E que um trabalhador do sector privado não tem direitos adquiridos. Nem que os seus direitos adquiridos são obtidos à custa dos outros.

Não. Eles acham que são autosuficentes. E desprezam coisas como empresas e capitalismo. desprezam os Estados Unidos da América porque lá não se respeita o ócio. O ócio é a dignidade da pessoa. Mas não se lembram que também existem pessoas em Portugal que não são funcionários públicos e que não têm direito ao ócio, nem a 3 meses de férias por ano, nem a 400 ou mais contos por mês. Não se lembram que eles não têm isso porque em Portugal há poucos empresários dispostos a pagar caro para que outros usufruam de direitos adquiridos. Porque não são capazes de enfrentar uma economia que compete todos os dias para que alguns fiquem parados no tempo.

O meus caros colegas não sabem o que é Economia. E desprezam um jovem, embora calvo, colega, de 26 anos que vem para ali falar "dessas teorias malucas". É que não lhes interessa. Só lhes interessa os direitos adquiridos que ganharam com as greves. Acham que o Estado se sustenta a ele próprio. Isto ouvi-o eu de um professor, por estas exactas palavras, e nunca me esquecerei disso. Eles são os verdadeiros filhos do Socialismo. Não do Partido Socialista, mas do verdadeiro Socialismo, enquanto doutrina política. Mas isto também não o sabem, porque para eles o Socialismo é a única lógica que conhecem e não compreendem outra. Nem todos votarão no Bloco de Esquerda, mas isso será por mero capricho conjuntural. Não votam no Partido Comunista porque devem ter ouvido dizer que não era "fashion". De vez em quando vêm o telejornal, lêem o Record ou Lux. Talvez mesmo a Focus. Mas têm opinião sobre tudo. E é preciso muito descaramento deste jovem calvo, bloguista e leitor da Atlântico, defensor da elevação da Economia a ciência, para contestar a experiência dos professores colegas. Não volta a acontecer, juro.

July 7

Sem gritos nem choros desnecessários. Sem amaldiçoar o governo e sem desculpabilizar os terroristas. E, acima de tudo, com muita coragem. Quem me dera ser Inglês.

quarta-feira, julho 6

Pacheco Pereira:

TRETAS

Os movimentos anti-globalização foram mais uma vez manifestar-se no sítio onde se vai realizar o G8, “contra a pobreza” gerada pelo capitalismo. Este é um dos maiores enganos que se pode alimentar: grande parte da pobreza africana não existe à míngua de ajuda humanitária, mas devido à enorme corrupção dos regimes africanos, à engenharia social, cópia mimética do marxismo europeu, que levou à destruição do pouco que os regimes coloniais tinham deixado, às guerras civis tribais e, se se quiser, nos tempos mais recentes, ao proteccionismo, principalmente europeu, que impede muitos produtos agrícolas africanos de entrarem nos mercados ricos. É mais globalização que os países pobres de África precisam e acima de tudo, intransigência contra a corrupção dos seus dirigentes.

Estava a pensar escrever isto, ao ver o folclore escocês, quando a RTP1 passa uma pequena peça sobre Angola, em que a palavra corrupção não é pronunciada, e em que não se explica como é que se pode ter petróleo e diamantes, um dos melhores e mais bem equipados exércitos de África, uma elite riquíssima que manda os filhos estudar para a Suiça e…nada para a esmagadora maioria da população. Mas a culpa é do capitalismo e do G8. É isto informação.

Mai nada.

conversa de café... com professores:

Toda a gente odeia a classe política (de Lisboa)... a menos que a conversa seja sobre Alberto João Jardim.

segunda-feira, julho 4

professor liberal

Aqui está um post dirigido ao professor liberal. Ando a reflectir sobre isto. Sobre o que se deve mudar na educação.

Para mim, mais importante do que atacar os privilégios, urge mudar a ideologia que a escola transmite. As mentiras que se transmitem são as mentiras em que os professores acreditam. É muito fácil dizer aos meninos que a poluição das fábricas está a dar cabo do mundo. Mas os professorzinhos não dizem, se calhar porque não sabem, que essa é uma opinião de uma parte dos ambientalistas, que são os mesmos que abominam o capitalismõ, e que muitos outros defendem que o planeta não só não sofre de um mal congénito devido à poluição mas que até está em melhor estado do que há uns séculos atrás. É que é fácil falar mal das fábricas e assim, mas é difícil ensiná-los a construir uma no futuro. Os professores ensinam o pouco que sabem e ninguém os obriga a mais. Basta dizer que, numa escola, um professor que não é socialista é logo apelidado de fascista.

O resultado é simples: todos os alunos que o queiram passam de ano: só chumbam aqueles que devido ao seu comportamento se estão completamente a marimbar para aquilo. E mesmo esses, depois de chmbar um ano ou dois são postos num regime especial qualquer...

Isto a propósito deste site que vai directo para a minha galeria de honra.

Como ajudar África?

Hoje no Público vem um artigo de Carlos Pacheco que fala na melhor maneira de ajudar África. Entre outras coisas o autor diz "que a pobreza de subsistência, apesar de tudo, durante séculos, permitiu aos povos de escassos recursos satisfazer as suas necessidades básicas por meio do auto-abastecimento". E que o problema dos dias de hoje é "a invasão das multinacionais e a ideologia do capital".

Resumidamente vivia-se bem em regime de subsistência, mas que a ideologia que veio do Ocidente que visa a procura do lucro é que os levou à miséria. Porquê? Porque as multinacionais os obrigam a comprar os seus produtos.

Semelhantes delírios têm até dificuldade em ser considerados românticos. Na verdade algumas das ideias defendidas parecem mais medievais do que outra coisa. A desresponsabilização dos próprios africanos, esquecendo as lutas desenfreadas pelo poder e as guerras por motivos racistas, é quase total. A culpa é dos outros. A culpa é do sistema capitalista, que busca o lucro. Esquecem-se sempre que o lucro é o resultado da organização eficiente do trabalho, de forma a obter o máximo de bem estar para a população.

O autor defende um regresso a um tempo que nunca existiu, porque o que a economia de subsistência é sempre possível, basta que o campo não esteja minado ou que não haja uma guerra por perto (porque as guerras de hoje já nada têm a ver com os europeus). Mas os africanos querem mais do que a susistência, o que o autor parece ignorar. O autor defende que a única maneira de desenvolver os países africanos é através de Estados centralizados. Esquece que isso foi a única coisa que se fez até agora. Defende que a iniciativa privada visa a desmantelação dos Estados africanos. O autor esquece que o único momento de desenvolvimento do seu país foi muito à custa de empresas privadas, como a CFB, fundada por um inglês, que fez a maior linha ferroviária do seu país.

O autor esquece umas coisas, mas pelas suas palavras sabe-se porquê. Sendo angolano isso é mais que óbvio. O Público fez mais uma contribuição dando voz a esta delirante voz. O Estado português todos os dias ajuda a pagar os estudos de milhares de estudantes angolanos que quando regressarem ao seu país serão os quadros do MPLA que tem vindo a fazer de Angola uma ditadura marxista. E depois dizem que querem ajudar... Ajudamos... a formar os futuros ditadores e exploradores lá do sítio.

domingo, julho 3

Live Aid - os poetas oferecem sonhos... mas não soluções

Reproduzo uma notícia no Público de ontem (sábado):

«Há 20 anos, o dinheiro não resolveu a fome na Etiópia»

«A 13 de Julho de 1985, mais de 60 artistas juntaram-se para fazer o Live Aid: dois concertos, em Londres e em Filadélfia, angariaram cerca de 83 milhões de euros para ajudar a combater a pobreza em África, principalmente na Etiópia. Mas nem tudo foi positivo.

O Live Aid conseguiu a grande proeza de sensibilizar a população mundial para o problema que se vivia em África e exigiu respostas imediatas, que se traduziram em donativos de todas as partes do mundo. O dinheiro foi convertido em medicamentos, vitaminas, alimentos, roupas e tendas, que chegaram a África em dezenas de navios, durante as semanas que se seguiram.

Bob Geldof, o grande mentor do evento, deslocou-se à Etiópia para comprovar que todo o dinheiro que tinha entregue ao governo e às ONG iria para onde estava prometido. Na altura, declarou: "Todo o dinheiro gerado foi para onde eu disse que iria - para as pessoas que precisam."

Daniel Wolf, produtor de quatro programas do Channel 4 sobre a ajuda humanitária em África, é mais céptico. Num artigo de opinião que escreveu para o jornal britânico The Spectator, Wolf critica Geldof por favorecer "a acção em vez da reflexão, os gestos em vez de um compromisso com realidades complexas". Quando o documentário de Michael Buerk sobre a fome na Etiópia foi transmitido na BBC em Novembro de 1984, passou a ideia de que o flagelo era um desastre natural. Mas segundo Daniel Wolf, não passava de uma táctica militar do ditador Mengistu Haile Mariam, que usava os alimentos como arma de guerra, bombardeando os mercados e bloqueando as estradas para impedir a circulação de bens. Tudo para consolidar o seu território e para atrair as pessoas que estavam nas zonas rebeldes para dentro da zona que controlava. "Os métodos usados pelo exército de Mengistu destinavam-se a criar fome. E criaram", explica Wolf.

Quando o dinheiro do Live Aid chegou à Etiópia, cerca de 90 por cento foi canalizado através de Mengistu. "Numa ironia grotesca, passámos a financiar o governo que causava a fome que devíamos estar a aliviar", diz Daniel Wolf.»

Helena Matos

Há coisas que eu não perco por nada deste mundo. uma delas é a crónica semanal da Helena Matos no Público. É uma chatice não poder linkar a desta semana (conteúdo pago):

«Numa reportagem intitulada "Trocados pelo trabalho", publicada na passada semana pela revista Visão, lê-se que na linha SOS Criança tanto se recebem "chamadas de filhos de prostitutas como de administradores de empresas". Para em seguida se concluir "são estes últimos [os filhos de administradores de empresas] que merecem o alerta do economista do ISCTE, Rogério Roque Amaro". Ou seja "os filhos de administradores de empresas" e dos profissionais liberais serão os "novos excluídos sociais. Os que tiveram tudo, menos o tempo dos pais". Confesso que não percebo como é que numa linha de atendimento telefónico se consegue perceber se se está a falar com filhos de prostitutas ou de administradores de empresas. Mas também acho que não é para perceber. Voltemos contudo aos "novos excluídos sociais. Os que tiveram tudo, menos o tempo dos pais" (resta perceber como se mantêm coesas as famílias de emigrantes chineses cujos horários de trabalho fazem empalidecer, na Europa, as prostitutas e os administradores de empresas!). Não só ao longo da dita reportagem se percebe que estes pais dedicam tempo a contar histórias aos filhos, a levá-los a passear e a brincar com eles - dedicando a essas actividades certamente muito mais tempo que os pais e as mães das gerações anteriores - como se percebe que ao longo da dita reportagem se alinham uns quadros dando conta dos "sinais de alerta" e do "preço do abandono". »

Esta crónica, imperdível como é usual, mostra que apesar de todo o romantismo da reportagem da Visão, não se consegue vislumbrar no passado um período histórico em que os pais passassem mais tempo com os filhos do que o actual. A menos que a crónica seja apenas um apelo ao regresso das mães aos respectivos lares a fazer fé na ideologia tradicionalista.

Mostra ainda que os relatos de abusos e violência sobre menores ocorrem maioritariamente em famílias cujos pais não tinham ocupação. (A crónica tem ainda muito mais que não consigo relatar...)

sábado, julho 2

Sobre as emissões de Dióxido de Carbono (clicar para ver o estudo))

Ler este excelente artigo, sobre os ambientalistas e a sua defesa da "Mãe Natureza".

Lá se refere, este estudo, levado a cabo por cerca de dezessete mil cientistas norte americanos, entre geofísicos, climatologistas, meteorologistas e oceanógrafos, que ficou conhecido pelo nome de "Carta do Oregon". Lá se chegam a estas conclusões:

"Não existe qualquer evidência científica convincente de que as emissões de
dióxido de carbono, metano os demais "gases de estufa", estejam causando
ou, num futuro próximo, devam ocasionar o aquecimento catastrófico da atmosfera
terrestre ou a desordem climática no planeta. Ao contrário, há provas
científicas substanciais de que o incremento de dióxido de carbono na atmosfera
produz alguns efeitos benéficos, tanto para a vida animal quanto vegetal."

"Na verdade, os níveis de CO2 cresceram substancialmente desde a Revolução
Industrial e espera-se que continuem crescendo. É bastante razoável
acreditar que o ser humano foi responsável por muito desse incremento.
Ocorre que o efeito disto no meio ambiente é provavelmente benigno. Os
chamados "gases de estufa" são os principais responsáveis pela vida vegetal e,
conseqüentemente, pela vida animal, que depende dela para prosperar. O que
o ser humano tem feito é retirar o carbono existente no interior e na superfície
do planeta e colocá-lo na atmosfera, onde ele estará disponível para utilização
pelos organismos vivos."

P.S.: Bruno, tu precisas de ler isto (e já agora mostra à tua irmã)

Parabéns!

Ao Arte da Fuga!

sexta-feira, julho 1

A energia e as coisas estúpidas que se ouvem...

Tem piada ouvir as notícias. Eu quando era puto achava que se era dito na TV ou na Rádio era porque era verdade. Se alguém falava na TV ou na Rádio era porque era muito esperto e inteligente.

Hoje, ainda acho que esses são muito espertos, mas inteligentes é que...

Então não é que o critério para não construir uma central nuclear em Portugal é o factor segurança?! Ainda ninguém reparou que a Espanha tem uma data de centrais nucleares construídas perto da fronteira? Eu estaria mais seguro em Coimbra se fosse uma construída no Algarve... De qualquer maneira, continua esta mania de olhar para esta coisa como se a um português só fosse permitido usar energia portuguesa. Porque razão não posso eu comprar energia, eléctrica neste caso, a Espanha? É diferente? Isto agora é por países, como nos gráficos com corzinhas... É esta mentalidade protecionista que já está nas veias das pessoas. A solução não é projectos que impliquem ainda mais despesa, a solução é deixar os mercados funcionarem livremente! É como o João Miranda diz: "Portugal pode de um dia para o outro ter o equivalente a uma central nuclear: chama-se Mercado Ibérico da Electricidade. Permite-nos ter acesso à energia nuclear espanhola ao mesmo preço que os espanhóis".

como se defende um professor liberal?

No post anterior quase que chamei nomes ao pessoal do Bloco. Quase. Mas de qualquer maneira não quero que pensem que o que proferi são insultos, se fosse preciso debateria qualquer um dos pontos que quase aflorei...

De qualquer maneira agora não tenho tempo.

Estou a reflectir sobre a melhor argumentação a que eu como professor devo recorrer para defender a minha classe sem cair no dogmatismo dos sindicatos afectos à CGTP... Isto é: como se defenderá um professor liberal?
Alguém ajuda?