terça-feira, janeiro 31

alianças

O Estado de Israel tem um aliado poderoso, os Estados Unidos da América. A Palestina tem como aliados os países árabes, que no seu conjunto são também muito poderosos. O aliado de Israel só ajuda este se este mostrar uma posição activa na procura da paz. Os aliados da Palestina já se mostraram prontos a colaborar caso esta tome uma posição contra a paz, que é o não reconhecimento direito do Estado de Israel à existência.

solidariedade de estado

Ouvido na TSF hoje:

Desde o começo do programa Fome Zero do governo de Lula da Silva, já se gastou mais dinheiro em fotocópias do que a combater a fome propriamente dita.

segunda-feira, janeiro 30

voltou ao normal

Dizem que voltou a nevar em muitos sítios 52 anos depois. Óptimo! Significa que o tempo voltou ao normal.

quarta-feira, janeiro 25

um serão bem passado

Parabéns por (mais) esta iniciativa.

terça-feira, janeiro 24

Mau Perder 2

A democracia faz-se pelas eleições. Não é em manifestações. As manifestações são organizadas por minorias políticas, geralmente bem organizadas, e consequentemente com maior poder reivindicativo do que o comum eleitor.

O principal argumento contra Cavaco era o da contestação social ao seu governo. Ora, qualquer um consegue organizar uma manifestação. Mas só Cavaco conseguiu até hoje três maiorias absolutas.

Cavaco é democrático, os anti-cavaquistas não.

Mau Perder

Cavaco Silva não ganhou por meia dúzia de votos. O segundo mais votado ficou a quase dois milhões de votos.

As sondagens diziam que Cavaco Silva ganhava à primeira volta e acertaram. As mesmas sondagens diziam que se Manuel Alegre passasse à segunda volta perdia para Cavaco Silva. É curioso como só se acredita na primeira.

Em eleições não há "ses"... Manuel Alegre perdeu. Apenas 20% dos eleitores o queriam para Presidente.

As eleições não são jogos de futebol. Não se perde por azar ou por causa do árbitro. É sempre por mérito: as vontades expressas dos eleitores.

Francisco Louçã mentiu. Ele foi derrotado. Não foi azar, nem culpa do árbitro, foram os votos das pessoas. Não admitir a derrota é não saber responder os eleitores e as eleições.

Jerónimo de Sousa foi derrotado. Não foram (só) os grandes grupos económicos, foi muito mais que isso: 50,6% dos eleitores portugueses. Não aceitar a derrota só mostra que também não respeita grandemente a democracia.

Cavaco Silva enganou, na opinião de alguns, os portugueses, mas Manuel Alegre, que sempre quis o apoio do PS, e que é deputado do PS, não mentiu ao dizer que o seu movimento era contra os partidos.

Os portugueses não são de esquerda nem de direita (pelo menos a grande maioria deles), tenho uma tia que não votou no Mário Soares porque ele era velho, e votou num qualquer... olha lá se foi a merda da sociologia política.

blasfemandwin


Melhor classificação entre blogues, e 11º da geral, e fiquei à frente de todas as últimas sondagens...

sábado, janeiro 21

A Frase

«não há hoje nenhuma proposta de nenhuma fábrica que não tenha que ser negociada com o governo português para poder baixar os custos de produção»

José Sócrates, ontem ao DD

Conclusão: a política socialista de incentivos funciona assim: aumenta-se os impostos para todos para haver mais dinheiro para alguns. Eu aconselho a todos os empresários a fecharem por um mês e renegociar as condições de produção com o governo.

(Via Blasfémias e Insurgente)

sexta-feira, janeiro 20

Declaração de Voto

Para Presidente da República podemos escolher, no Domingo, entre dois candidatos que entendem o mundo de hoje, a economia de hoje, a organização dos estados e das sociedades, e quatro candidatos que continuam a sonhar com utopias irrealizáveis.

Entre os dois candidatos que entendem o mundo de hoje, porém, há um, o Dr. Mário Soares que já provou que pode ser um mau presidente, e que se quis fazer passar por tudo o possível para disfarçar a sua maior proximidade com o candidato Cavaco Silva do que com os outros candidatos.

Quando Francisco Louçã diz que numa segunda volta Mário Soares votaria nele, penso que a estratégia eleitoral deste desceu baixo demais. É demasiado ridículo admitir este facto apenas para tentar bipolarizar a campanha. Mas, na verdade, há muito que Mário Soares luta apenas pelo segundo lugar. E do que nós precisamos é de um Presidente da República.

Domingo, obviamente, voto Cavaco Silva. Não porque acredito que ele vai fazer muito por Portugal, porque nenhum político tem poder para isso. Voto Cavaco Silva porque é o único candidato que me dá garantias de não usar a política para bloquear todo o desenvolvimento do nosso país.

Cavaco em Coimbra

Saiu do carro e cedo se viu que seria impossível chegar perto dele. Não por causa dos seguranças que o rodeavam. Facilmente se ultrapassa o comprimento de um corpo para chegar perto do candidato. O problema eram os jornalistas, operadores de câmara, fotografos, que eram às dezenas. Era impossível chegar perto do candidato. Desde o Largo da Portagem até à Praça 8 de Maio. Ridículo. O candidato vem a Coimbra e só vê os jornalistas que andam atrás dele pelo país fora. Mas como se vê no vídeo do post anterior não por vontade dele.

Como não podia esperar chegar perto fui para a Rua Ferreira Borges e subimos um degrau de uma loja Oculista. O candidato ao passar reparou em nós, que não estavamos assim tão perto dele, e com um aceno de cabeça perguntou se queríamos panfletos, nós acenámos que sim, e ele atirou alguns na nossa diracção com um sorriso rasgado de quem está surpreendido com a fantástica recepção que teve em Coimbra. Quem esteve em Coimbra não foi de facto a pessoa "fria e calculista" que tanto assusta alguns. Quem esteve em Coimbra foi um candidato deslumbrado com o apoio das pessoas.

quinta-feira, janeiro 19

Cavaco Silva em Coimbra




Cavaco Silva encantou e pareceu encantado em Coimbra.
Não por acaso, cruzámo-nos com o Professor e ficámos com uma simpática prova/recordação.

segunda-feira, janeiro 16

nova definição esquerda/direita

Comentário roubado no Quadrado:

"Há pessoas de direita com coração de esquerda e pessoas de esquerda com coração de direita. São estes os que mais criticam a direita, mas que fazem precisamente aquilo de que acusam os outros: muito Veuve Clicquot e Beluga nas suas vidas. Claro que assim alimentados ficam com o cérebro limpo para se autoproclamarem de paladinos do rigor moral e da decência absoluta. Se tivesse que escolher entre alguém de esquerda com coração de direita, e alguém de direita com coração de esquerda, escolheria estes últimos"

Portanto, sendo assim, é considerado de Direita quem come bem e caro.

googles

Modelo americano e modelo europeu.

"grande" resposta

Ainda esta semana espero conseguir acabar de ler a resposta do GLQL ao Abrupto. Entretanto não sei se espere por um resumo editado pela Europa-América.

domingo, janeiro 15

candidatos de esquerda

Sérgio Figueiredo, in Jornal de Negócios (12.01.06)

Só o tempo veio revelar porém que a verdadeira razão daquela mornice não estava, afinal e ao contrário do que toda a gente disse, no modelo dos debates. Devíamos, por isso, ter prestado mais atenção à bizarra convergência entre Manuel Alegre e Cavaco Silva.

Quando falaram de privatizações e de sectores estratégicos. Como a água. Em que Alegre chegou a dizer que era caso para o Presidente derrubar um Governo. E Cavaco alertou, várias vezes, para «o perigo» de o Estado «perder o controlo» deste «bem essencial». Como se fossem parar às mãos de Osama bin Laden.

Ninguém interpretou bem esta «coligação estatizante», porque só assim surpreendeu ver os candidatos, todos à excepção de Garcia Pereira, aclamar em uníssono a intervenção do dr. Sampaio na EDP.

E todos se preveniam para que, através desta campanha eleitoral, reemergisse a doutrina dos centros de decisão e a defesa dos «campeões nacionais», em versão pouco elaborada.

Os debates foram sonsos porque os candidatos não exibem diferenças de fundo, não questionam o sistema e escapam-se deliberadamente da questão essencial: basta mexer nas regras do sistema ou será preciso mudar o sistema por inteiro?

Todos estão, claramente, no primeiro registo. Incluindo Cavaco. Por isso também não espanta vê-lo, já esta semana, explicar neste jornal porque pensa que a legislação laboral não é obstáculo à competitividade nacional.

E, dois dias depois, ver Mário Soares concordar na defesa da Constituição tal como está. Fazendo ambos uma apropriação, porventura mais surpreendente, da bandeira do candidato comunista.

Os portugueses andam há muito a fugir ao problema. Estes candidatos limitam-se a não ser excepção. Se Cavaco Silva faz coligação com Jerónimo de Sousa, está tudo dito. Não da ideologia, obviamente. Mas da atitude, que é a mesma.

Está dito que se discutirão as vírgulas do Código de Trabalho, quando é preciso mudar o paradigma nas relações laborais. Está dito que se prefere discutir público-versus-privado, quando há que rebentar primeiro estas regras do jogo.

Aliás, ontem mesmo, no primeiro diagnóstico independente aos hospitais-empresa, Miguel Gouveia fez esta descoberta fantástica: a saúde tem os «custos de contexto» que Cadilhe viu na economia.

Não adianta passar um hospital a Sociedade Anónima, se o sistema de saúde fica na mesma. Não se ataca a burocracia, mudando as alcatifas das repartições e chamando-as de lojas do cidadão.

Enfim está visto que Cavaco Silva, ou qualquer dos outros adversários, pretende ser o Presidente de uma República que resiste à mudança que outras nações ousaram fazer. Há investimentos que esperam 8 anos por uma aprovação estatal? Cria-se uma «via verde», um fura-filas, em vez de matar o absurdo.

Nesta República presa a dogmas, incapaz de cortar com o instituído, não há Presidente que a salve. Tal como nos hospitais, ou nas moedas: num sistema viciado, as más expulsam as boas.

sábado, janeiro 7

A Sabedoria Popular, ou o país sem remédio

Lido no jornal Público, secção Local Lisboa, de quinta-feira:

Inquérito de rua com a pergunta:

Concorda com a entrada da espanhola Iberdrola nos órgãos sociais da EDP?

Ricardo BatistaTécnico de refrigeração, 24 anos:
"Não. Não tem porquê a empresa espanhola entrar no mercado português. Os capitais da EDP devem permanecer em mãos portuguesas."

João PorteloPedreiro, 55 anos:
"Sim, porque vai haver mais concorrência."

Carla RodriguesOficial de justiça, 34 anos:
"Se for para ajudar a empresa portuguesa, pode ser benéfico. Os espanhóis são mais desenvolvidos em tudo e podem ajudar nesta área."

Pedro GonçalvesAgente de tráfego, 27 anos:
"Concordo. Como é uma empresa concorrente, vai ser melhor para os preços e uma mais-valia para o consumidor."


(toda a gente pode concordar ou discordar, é incrível é como todos se contradizem na justificação, mostrando que não a mínima ideia do que se está a falar, talvez com excepção da terceira-?-)

quarta-feira, janeiro 4

Homem do Ano às portas da morte



O Homem do Ano, na opinião deste, e de tantos outros bloggers, está às portas da morte. A bem da paz era bom que se desse o milagre da recuperação total. Sharon é a melhor oportunidade que a paz teve para resolver o mais grave conflito a nível mundial. Com a morte de Arafat, que era um dos entraves para a solução do problema, boicotando o seu próprio governo e dando cobrimento e fazendo jogo duplo com grupos terroristas, Sharon fez tudo o que estava ao seu alcance.

Será curioso observar o tratamento noticioso que se dará a Sharon. Depois das inúmeras mentiras que se contaram a respeito de Arafat, dando-lhe os méritos daquilo que ele não fez, e desenhando uma personagem que ele nunca encarnou. A verdade é que com Arafat a paz não era possível. A verdade é que com Sharon essa era uma possibilidade. E os factos estão aí e podem ser discutidos.

terça-feira, janeiro 3

Sobre a Constituição Portuguesa

"Uma constituição não pode ser um instrumento de poder ao serviço de uma causa. Isso significa anular a transcendência da ideia de Direito. A ideia de Direito existe devido ao abismo que separa a acção política concreta da ideia meta-política de Justo. A Constituição é esse mecanismo que medeia o Justo e a Realidade. Ora, a nossa Constituição anula esta fronteira e transforma uma dada ideologia política na própria ideia de justo. Ser-se justo, em Portugal, é ser-se de Esquerda."

Henrique Raposo, n' O Acidental

"O principal problema do nosso ordenamento legislativo, encimado pela nossa Constituição, a par com os ordenamentos continentais, é precisamente esse: fazer da lei um instrumento de alguns, esquecendo-se que as leis deveriam ser de e para todos."

AMN, n' A Arte da Fuga

Ler também este.

Coisas fabulosas

As coisas fabulosas que se lêem numa revista para funcionários públicos.

E a melhor anedota de louras que alguma vez ouvi.