terça-feira, novembro 29

Opinião pública - Sic Notícias

Uma enfermeira participou há alguns minutos neste programa, dizendo mais ou menos isto:

Antes nós conseguíamos ter o emprego no hospital, de funcionário público, com 35 horas ou, às vezes 42, e depois ainda ter outro emprego para pagar a casinha... Agora não... Vêm para cá os espanhóis...

Isto é uma vergonha!

Primeiro a Vida Humana Depois o Direito

Eu sinto-me mais seguro sabendo que alguém anda a fazer alguma coisa contra o terrorismo, e você?

Lágrimas de Crocodilo

Toda a liberdade tem um preço. Quando falamos de batalhas, de guerra, de exército, de militares, não estamos a falar de arbitrariedades malignas, ou teorias da conspiração. A liberdade não se oferece, conquista-se, sempre assim o foi na História da Humanidade, para chegarmos ao tipo de civilização que temos hoje (e que podia ser bem pior).

Há trinta anos atrás os portugueses acharam que a liberdade dos timorenses não merecia esse preço. Apesar dos avisos abandonaram um território, não à sua sorte, mas a um destino mais que certo. Anos depois choraram-se muitas lágrimas de crocodilo, e continuaram-se a chorar até hoje.

Portugal fez o mesmo a Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Deixou todas estas populações entregues a minorias de grupos armados, adeptos de práticas terroristas e de regimes totalitários. Alguns destes povos ainda hoje sofrem as consequências desta gigantesca fuga às suas responsabilidades, e de atropelo aos valores da liberdade, da democracia e da vida humana.

A explicação é sempre a mesma: não havia condições políticas na época. Vamos então pensar nas condições políticas portuguesas: a extrema esquerda dominou o aparelho de Estado e estava preocupada em fazer no nosso país uma Revolução Socialista. Essa Revolução Socialista só tinha uma maneira de triunfar: através do caos. Para eles, quanto pior melhor. E foi isso que essas forças políticas provocaram. As tropas estavam no terreno, com efectivos suficientes para uma transição tranquila e democráticas nesses países. Mas não era isso que eles queriam.

Nessa época, como em tantas outras, a ideologia do Marxismo e do Socialismo foram o perfeito oposto dos valores da liberdade, da democracia e da vida humana.

segunda-feira, novembro 28

Direita e Esquerda 2

A política não é um filme, não há bons nem há maus. Há pessoas, logo há interesses, logo há lobis, logo há uma luta pelo poder por entre os vários grupos para proteger esses interesses. Essa é uma das motivações da política, que é legítima, porque é própria da natureza humana. Mas há também motivações políticas por causa de filosofias diferentes, maneiras diferentes de encarar o homem e a sociedade. São muitas as coisas que separam as diferentes forças políticas, e no meio disto tudo aparecem duas categorias?! Direita e Esquerda?! Bons e maus?

A quem interessa esta divisão? Esquerda e Direita?

1- Interessa a quem está no meio. Os chamados partidos do centro, que são os que pretensamente são menos ideológicos, ganham a fama de serem moderados. Ora bem, eles não são moderados, são apenas aqueles que defendem o statu quo, a maneira como as coisas estão, e são os partidos, são os dominadores do regime, os detentores do poder. A esses interessa a imagem de moderação para afastar as novas ideias. Mas eles são tão ideológicos como qualquer outro, a única diferença é que a sua ideologia já está posta à prova, para o bem e para o mal.

2- Interessa a quem quer ter o papel de revolucionário - os partidos que se apresentam com o papel de mudança fracturante: o bloco de esquerda e o partido comunista por exemplo, partem deste principio: se ser de esquerda é bom, ser-se muito de esquerda só pode ser melhor. O problema está em saber o que é ser de esquerda, e é dessas ideias e discussões que eles tentam fugir como o diabo foge da cruz.

domingo, novembro 27

Direita e Esquerda 1

Classificar as posições políticas num espectro direita/esquerda não é apenas uma maneira redutora de ver as coisas. É uma forma manipuladora e parcial de as tratar. É uma tentativa de simplificação de um assunto complexo, mas que não é feito de forma neutra, que implica em si uma grande falta de honestidade intelectual.

Existem várias forças políticas diferentes, representadas ou não por partidos, que concordam mais ou menos com o regime em vigor. Entre essas forças políticas umas pretendem apenas as mudanças necessárias para manter esse regime, outros que pretendem reformá-lo, e outras que pretendem instaurar um completamente novo.

Com tantas implicações diferentes há quem tente explicar isto num espectro bidimensional: esquerda e direita. Uns são assim, os outros são assado. É simples e resulta porque as cabecinhas ficam todas contentes porque já perceberam alguma coisa. Mas não é assim. O objectivo desta divisão é favorecer os partidos do regime, ou então algumas das partes desse espectro.

Por exemplo, uma conhecida cantora pop-rock portuguesa afirmou há dias que "como rapariga do povo [que é] só podia ser de esquerda", e é neste tipo de maniqueísmo que muitas vezes se cai, para a esquerda tudo o que é direita é mau, e vice-versa. Simplifica as coisas, mas não nasce de nenhuma ideia estruturante e coerente. Se fosse assim era tão fácil!

Como é que as pessoas aceitam isto? Se formos perguntar a dez pessoas no café o que elas acham que é a diferença entre a esquerda e a direita, mais de metade responderá que a esquerda defende os pobres e a direita defende os ricos.

Por mais estúpida que seja esta ideia ela resulta, e, sendo assim, esquerda e direita mantêm o seu eleitorado ignorante e fiel. Votando por convicção, por fé, mas quantas vezes na ignorância...

Este é um maniqueísmo verdadeiramente infantil, próprio de um tipo de pensamento básico destinado a enganar as cabecinhas mais fraquinhas que não aguentam com explicações demoradas ou posts longos, que não tentam perceber e analisar a realidade circundante, guiando-se por estereótipos, umas vezes por ignorância, outras vezes por má fé.

Porque há pessoas que pensam que a política é um grande filme: há os bons e há os maus...

Direitos Sociais

Que tal um fim de semana alargado no Algarve, com despesas pagas pelo patrão, dias de folga pagos pelo patrão, para aproveitar para falar mal do patrão? Chamem-lhe VII Congresso dos Juízes, se quiserem. Podem acompanhar o mais importante aqui. Onde se lêem destas pérolas:

"É também possível afirmar que os juízes são independentes quando estão dependentes do sistema nacional de saúde, que os obriga a ingressar numa fila única às 6:00 horas da manhã para marcar consulta com o seu médico de família, sem qualquer garantia que serão atendidos no dia que pretendem e a horas que não perturbem a sua agenda do Tribunal ?Isto é independência ou dependência ?"

Mónica Maria Bastos Dias,
Juíza de Direito no Tribunal Judicial das Comarcas de Arganil e Pampilhosa da Serra

sábado, novembro 26

respondendo aos insultos

Eu só tenho uma coisa a dizer a quem só vem ao meu blogue para me insultar. Como o assunto é sério e as pessoas merecem o máximo respeito, deixo aqui um link onde poderão ouvir o que tenho a dizer sobre isso.

sexta-feira, novembro 25

Sobre a tolerância dos povos...

Hoje, numa conferência onde assistia, entre outras figuras, o nosso Presidente da República, um conhecido "especialista" em ciência política faz um piada de mau gosto sobre o Presidente George Bush, achincalhando as suas capacidades intelectuais. Consta que os americanos se estão nas tintas...

Entretanto comunistas e bloquistas estão indignados, segundos estes adeptos de Estaline e de Trotsky, os serviços secretos americanos terão feito passar pelo nosso país terroristas, o que só por si constitui uma grave violação do Direito constitucional de estes sujeitos fazerem assassínios em massa e segundo a Constituição Portuguesa terem direito a um julgamento justo, uma pena máxima de 25 anos e em caso de atrasos judiciais, a sua liberdade ao fim de 3 anos.

indignação comunista/bloquista

Puro ódio. Puro preconceito. É disto que o bloco e os comunistas são feitos.

quinta-feira, novembro 24

solidariedade de Estado

"A decisão do Governo de instituir a gratituidade dos livros escolares é uma péssima medida. Não apenas porque gera mais despesa mas também e sobretudo por outras razões. A primeira prende-se com a anunciada comissão que, de agora em diante, vai avaliar os livros escolares. Supõe-se o que esta estrutura vai implicar de pareceres positivos e negativos? Tráfico de influências? Recursos? Verbas? As editoras são livres de editar. O que devia preocupar o ministério era sim que os professores tivessem critério a escolher os manuais escolares e não criar uma comissão que determina o que pode ser ou não editado. A outra razão prende-se com esta filosofia da gratituidade. Convém dizer que os livros não são gratuitos. Os livros vão ser pagos por todos nós. O que se impõe é que se institucionalize a reutilização dos manuais. Um livro não pode ser algo pelo qual nem sequer damos dinheiro e que no fim do ano atiramos para o lixo. Por fim convém que se acabe com esta pedagogia do carenciado. Mal entram no jardim de infância as crianças dividem-se em carenciadas e não carenciadas. Esta estigmatização das crianças perpretada em nome da solidariedade é algo de profundamente perverso. Os escalões de rendimento são algo para ser tratado entre os cidadão e o Estado. Não para se andar de, folhinha na mão, de escola em centro de saúde, a provar que se deve pagar menos porque se é carenciado."

Helena Matos, Público (19.11.05)

segunda-feira, novembro 21

"fascistas"

Para quem não sabe o Fascismo surgiu como reacção aos Estados Demoliberais sob a capa de luta anti-comunista. Na verdade as semelhanças entre o Fascismo e o Comunismo são imensas. A principal semelhança é o ódio que ambas as ideologias têm ao Liberalismo.

Para quem não sabe Salazar era anti-liberal e não era fascista, o nosso tipo de governo não era igual ao italiano, ao qual se apelidou de fascista, simplesmente a palavra fascista não pode descrever todas as ditaduras.

Para quem não sabe o período que se seguiu ao 25 de Abril de 74 foi de profunda repressão ideológica, prisões políticas e de anarquia económica. A caça às bruxas que se desencadeou nesse período fez mais presos políticos do que os que havia quando começou a revolução. Se em Portugal hoje existe uma democracia ela não começou a 25 de Abril, começou a 25 de Novembro e faz esta semana 30 anos, e não 31.

Na altura, os seus autores encontraram uma formula mágica para se desenvencilhar de todos os adversários políticos: bastava que se dissesse a palavra "fascista" e essa pessoa estava arruinada para o resto da (talvez muito curta) vida.

É esse o tipo de discurso que se continua a fazer (sobretudo) pelo PCP e com que intoxica os seus seguidores de menos capacidades intelectuais: em vez de usar um argumento dizem que tal tipo "é fascista", é mais fácil de entender e resulta.

De cada vez que ouvirem alguém dizer que outrém é "fascista" tenham medo de quem acusa. Tenham muito medo.

domingo, novembro 20

O Ataque

Eis, o ataque brilhante, não só pela argúcia como pela frescura de pensamento e pela capacidade de sintese e de desmascaremento do rol de mentiras reaccionárias que por aqui se conspiram, de um jovem e brilhante intelectual de esquerda, estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, ao ter conhecimento de que estava perante um dos autores deste blogue:

"fascista!"

terça-feira, novembro 15

A failure may be imminent...

Há quase dois anos comprei um portátil de uma marca que tem nome e prestígio (que se reflecte no preço, claro!). Destes 22 meses 2 deles foram passados na assistência da marca - lojas certificadas pela marca existem em Lisboa (3), Porto (3) e Faro (1) - e durante 4 ou 5 tive o meu equipamento a funcionar indevidamente (ou sem funcionar) porque era essencial para o meu trabalho e porque, para ele ser arranjado tem de ir por correio ou tenho de o levar pessoalmente à assistência...

E neste momento não sei se consigo publicar estas linhas que escrevo porque o disco rígido já avisou que está cansado e se quer reformar. Pelo menos teve o bom senso de avisar. Só não avisou quando, pelo que pode ser a qualquer momento. Assim, vivo estes dias de ansiedade.
Recebi a notícia há dois dias e é com profunda tristeza e angústia que tento gravar todo o conteúdo em 5 DVD's.
Como, felizmente, ainda está dentro da garantia tenho de, infelizmente, esperar até poder fazer o grande esforço de ir a Lisboa ou ao Porto para o transplante de disco. Serão apenas mais uns dias (meses?) sem trabalhar quando e onde quero com o meu portátil.

Nestas alturas percebemos que, ao comprar, devemos ter em conta muitos outros aspectos, como este da assistência e a forma como esta se verifica.

Para quando a obrigatoriedade de fornecer um computador de substituição? E, já agora, o prolongamento da garantia para as peças substituídas? E uma assistência mais bem distribuída geograficamente? Seria bem interessante.


P.S.: Estas ideias serão enviadas à marca em questão. Pois é para os "visados" que devemos reportar as nossas sugestões e reclamações.

quarta-feira, novembro 9

está tudo maluco?

Já ouvi que o problema de violência que surgiu em França foi causado pela forma como os bairros sociais foram construídos, porque são em altura, aumentado a densidade populacional. Ora bem, um bairro social é uma habitação construída pelo Estado e oferecida a preços simbólicos, irrisórios, à população dita "desfavorecida". Depois dos ataques e da violência há já muita gente que defende que se tem que fazer uma maior investimento com essas franjas populacionais.

Vão-lhes construir vivendas?

Isto cada vez é mais ridículo. Eles queimam carros, casas, escolas, creches, fábricas e ainda vão ganhar com isso? Mas que é que saltou logo com as teorias da vinganaça da segregação social, etc? Será que ninguém pensou que os actos de vandalismo podem ser fruto de caprichos fortuitos e arbitrários de maldade e má formação? Agora tudo o que acontece é fruto de um problema social? Então não tem mal o que eles estão a fazer?

Perdoa-se tudo? Ou é só porque eles são pretos e islâmicos? Oooops, já aí vem alguém a chamar-me de racista... O que é indesmentível é que não se julga o acto primário, a violência e o vandalismo, e passa-se logo à fase da conjecturação social, e às teorias de que todo o acto de maldade tem uma causa social.

terça-feira, novembro 8

Ouvir uma voz feminina é cansativo para os homens...


(Para quem ainda não recebeu por mail...)

Este artigo publicado na Sábado, em Setembro, revela que, afinal, não é por desinteresse que os homens não ouvem o que as mulheres lhe dizem. Afinal é um problema neurológico... A voz feminina é demasiado complexa para o sistema auditivo masculino.

Estavam à espera de quê?

o roubo do Estado Providência

Candidato socialista à presidência da República defende que «têm de ser encontradas» soluções políticas para problemas de emprego e integração social dos grupos de jovens envolvidos nos tumultos na França.

Para Mário Soares a consequência política que se deveria retirar do vandalismo em França era apoiar os vândalos com empregos e integração social. Por outras palavras apoiá-los mais. Por outras palavras arranjar subsídios. Por outras palavras: dinheiro.

Numa sociedade pré-socialista onde o dever do Estado é cuidar de todos os cidadãos, o famoso Estado Social ou Estado Providência, a tarefa deste está sempre destinada ao fracasso. É impossível resolver os problemas de todas as pessoas. O que acontece é que aqueles que mais o exigirem são aqueles que mais conseguirão. Aqueles que mais força têm são aqueles que mais conseguem tirar. Os que gritam mais alto são aqueles que mais se conseguem fazer ouvir.

Uns porque têm conhecimentos conseguem o que querem. Uns porque têm cunhas conseguem o cargo que querem. Os que têm dinheiro conseguem-no pela corrupção. Os que não têm conseguem-no pela violência.

O cidadão honesto e calado todos os dias é roubado porque é ele que paga sempre que outrem pede a responsabilidade do Estado. É esta a "Justiça Social" que é exigida.

publicado também n' O Eleito

segunda-feira, novembro 7

Indispensável Helena Matos

"Na entrevista que deu esta semana à revista Visão Mário Soares classifica Medina Carreira como uma "Cassandra lusitana". Os sucessivos avisos de Medina Carreira sobre o incomportável peso do Estado na sociedade portuguesa e sobre a não sustentabilidade da segurança social transformaram-no, segundo Mário Soares, num "profeta da desgraça". Mário Soares orgulha-se das suas leituras, mas creio que a Ilíada e a Odisseia não serão as suas leituras mais recentes, pois esqueceu o essencial: esqueceu que Cassandra tinha razão. A maldição que sobre ela fora lançada por Apolo fizera com que os seus avisos nunca fossem tomados em conta. Mas Cassandra não se enganava."

Helena Matos, in Público (5.11.05), sem link

também publicado n' O Eleito

sábado, novembro 5

Resposta à pergunta madrugadora

Vem o amigo questionar os pretensos apoiantes de Cavaco sobre o pretenso silêncio deste. Curioso é que o faça através de um artigo publicado por apoiantes do seu pretenso rival, no sítio do seu pretenso rival.

Saiba que acho tudo isto muito curioso. Primeiro porque eu pensava que este sítio era um orgão de apoio à candidatura do Dr. Mário Soares. Afinal de contas é apenas um orgão oficial de constestação à candidatura do Pofessor, como este por exemplo é o blogue não oficial de contestação do mesmo Pofessor.

Tudo isto é tão curioso como o facto de neste blogue aparecerem apoiantes do Professor. Heresia tão grande que só as palavras de Osvaldo Silvestre parecem conseguir expressar o despudor desta gente que se propõe a apoiar um homem que sabe fazer contas, e não fosse isto suficientemente grave, ainda nos faz lembrar o Salazar e vai introduzir novamente o país numa idade das trevas, de que este só se livrou com o Bendito Guterres, esse sim, que soube pôr a matemática e as finanças (com minúscula tal é o meu desprezo) no seu devido lugar.

Curiosa também a sua pergunta. Será bom para a democracia que Cavaco não agradeça o apoio que os partidos políticos lhe estão a dar? É uma excelente pergunta. Eu próprio com este post quero reafirmar a minha dúvida e incerteza. Mas o problema é que eu conheço mal a democracia e não tenho bem a certeza a que o amigo se refere. Não sabia que era contra as regras um candidato defender a sua interpretação dos interesses dos cidadãos que pretende representar negando aos partidos a possibilidade de fazer a tal gincana política que todos parecemos apreciar. discutindo aquilo que não tem nada a ver com a função de Presidente da Repúplica.

Sei que há dois candidatos pelos partidos de extrema-esquerda, anti-capitalistas e anti-globalização, que se pelam todos os dias a defender meia dúzia classes profissionais previligiadas, que serivrão bem o eleitorado jovem e rebelde sem causa e as classes profissionais ressentidas com o governo que lhes prometeu não tirar previlégios e que lhes mentiu. Sei que há outros dois candidatos que representam as duas facções derrotadas nas últimas eleições para secretário-geral do PS. E perderam porque queriam levar para o governo os tais candidatos da extrema-esquerda, e que politicamente representam um eleitorado pouco mais substancial que os primeiros dois. Um deles inclusive considera que o Bush é igual ao Hitler, e voltou a ser anti-capitalista e anti-globalização. Outro é poeta e não é lá grande adepto do capitalismo nem da globalização, mas há quem diga que escreve uns poemas engraçados. Um até falava do Figo e do número sete.

Também não sabia que era mau estar calado. Eu prefiro que as pessoas estejam caladas a que digam muitas asneiras. Temos um Presidente que todos os dias escolhe uma nova causa para o país, e sinceramente começo a ficar cansado de lutar por tanta causa, é um homem que chora quando condecora a selecção nacional de futebol e parece um gajo porreiro, mas esta coisa de ora ser a favor do défice e depois já ser a favor de o combater confunde-me um bocado. Eu sou o portuguesito normal, quero é dinheirito no bolso e por isso é que vou votar Cavaco. É que eu gosto pouco de brincadeiras, experiências políticas e revoluções da treta, e escolho apoiar o candidato que mas grantias me dá e acho que não tenho que justificar um apoio em democracia. Na democracia que eu conheço temos é que contestar as ideias com que não concordamos. Porque, e com a ajuda das palavras do Rui Ramos:

"O verdadeiro papel do titular de um órgão de soberania não é mudar o país, mas obstar a que os interesses instalados usem o poder do Estado para impedir os portugueses de mudar, se os portugueses quiserem e puderem mudar. É esta a garantia que o prof. Cavaco me dá. É esta a única garantia de que preciso. O resto, meus amigos, é connosco. Pensem nisto."

Publicado também n' O Eleito.