Resposta à pergunta madrugadora
Vem o amigo questionar os pretensos apoiantes de Cavaco sobre o pretenso silêncio deste. Curioso é que o faça através de um artigo publicado por apoiantes do seu pretenso rival, no sítio do seu pretenso rival.
Saiba que acho tudo isto muito curioso. Primeiro porque eu pensava que este sítio era um orgão de apoio à candidatura do Dr. Mário Soares. Afinal de contas é apenas um orgão oficial de constestação à candidatura do Pofessor, como este por exemplo é o blogue não oficial de contestação do mesmo Pofessor.
Tudo isto é tão curioso como o facto de neste blogue aparecerem apoiantes do Professor. Heresia tão grande que só as palavras de Osvaldo Silvestre parecem conseguir expressar o despudor desta gente que se propõe a apoiar um homem que sabe fazer contas, e não fosse isto suficientemente grave, ainda nos faz lembrar o Salazar e vai introduzir novamente o país numa idade das trevas, de que este só se livrou com o Bendito Guterres, esse sim, que soube pôr a matemática e as finanças (com minúscula tal é o meu desprezo) no seu devido lugar.
Curiosa também a sua pergunta. Será bom para a democracia que Cavaco não agradeça o apoio que os partidos políticos lhe estão a dar? É uma excelente pergunta. Eu próprio com este post quero reafirmar a minha dúvida e incerteza. Mas o problema é que eu conheço mal a democracia e não tenho bem a certeza a que o amigo se refere. Não sabia que era contra as regras um candidato defender a sua interpretação dos interesses dos cidadãos que pretende representar negando aos partidos a possibilidade de fazer a tal gincana política que todos parecemos apreciar. discutindo aquilo que não tem nada a ver com a função de Presidente da Repúplica.
Sei que há dois candidatos pelos partidos de extrema-esquerda, anti-capitalistas e anti-globalização, que se pelam todos os dias a defender meia dúzia classes profissionais previligiadas, que serivrão bem o eleitorado jovem e rebelde sem causa e as classes profissionais ressentidas com o governo que lhes prometeu não tirar previlégios e que lhes mentiu. Sei que há outros dois candidatos que representam as duas facções derrotadas nas últimas eleições para secretário-geral do PS. E perderam porque queriam levar para o governo os tais candidatos da extrema-esquerda, e que politicamente representam um eleitorado pouco mais substancial que os primeiros dois. Um deles inclusive considera que o Bush é igual ao Hitler, e voltou a ser anti-capitalista e anti-globalização. Outro é poeta e não é lá grande adepto do capitalismo nem da globalização, mas há quem diga que escreve uns poemas engraçados. Um até falava do Figo e do número sete.
Também não sabia que era mau estar calado. Eu prefiro que as pessoas estejam caladas a que digam muitas asneiras. Temos um Presidente que todos os dias escolhe uma nova causa para o país, e sinceramente começo a ficar cansado de lutar por tanta causa, é um homem que chora quando condecora a selecção nacional de futebol e parece um gajo porreiro, mas esta coisa de ora ser a favor do défice e depois já ser a favor de o combater confunde-me um bocado. Eu sou o portuguesito normal, quero é dinheirito no bolso e por isso é que vou votar Cavaco. É que eu gosto pouco de brincadeiras, experiências políticas e revoluções da treta, e escolho apoiar o candidato que mas grantias me dá e acho que não tenho que justificar um apoio em democracia. Na democracia que eu conheço temos é que contestar as ideias com que não concordamos. Porque, e com a ajuda das palavras do Rui Ramos:
"O verdadeiro papel do titular de um órgão de soberania não é mudar o país, mas obstar a que os interesses instalados usem o poder do Estado para impedir os portugueses de mudar, se os portugueses quiserem e puderem mudar. É esta a garantia que o prof. Cavaco me dá. É esta a única garantia de que preciso. O resto, meus amigos, é connosco. Pensem nisto."
Publicado também n' O Eleito.