Lágrimas de Crocodilo
Toda a liberdade tem um preço. Quando falamos de batalhas, de guerra, de exército, de militares, não estamos a falar de arbitrariedades malignas, ou teorias da conspiração. A liberdade não se oferece, conquista-se, sempre assim o foi na História da Humanidade, para chegarmos ao tipo de civilização que temos hoje (e que podia ser bem pior).
Há trinta anos atrás os portugueses acharam que a liberdade dos timorenses não merecia esse preço. Apesar dos avisos abandonaram um território, não à sua sorte, mas a um destino mais que certo. Anos depois choraram-se muitas lágrimas de crocodilo, e continuaram-se a chorar até hoje.
Portugal fez o mesmo a Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Deixou todas estas populações entregues a minorias de grupos armados, adeptos de práticas terroristas e de regimes totalitários. Alguns destes povos ainda hoje sofrem as consequências desta gigantesca fuga às suas responsabilidades, e de atropelo aos valores da liberdade, da democracia e da vida humana.
A explicação é sempre a mesma: não havia condições políticas na época. Vamos então pensar nas condições políticas portuguesas: a extrema esquerda dominou o aparelho de Estado e estava preocupada em fazer no nosso país uma Revolução Socialista. Essa Revolução Socialista só tinha uma maneira de triunfar: através do caos. Para eles, quanto pior melhor. E foi isso que essas forças políticas provocaram. As tropas estavam no terreno, com efectivos suficientes para uma transição tranquila e democráticas nesses países. Mas não era isso que eles queriam.
Nessa época, como em tantas outras, a ideologia do Marxismo e do Socialismo foram o perfeito oposto dos valores da liberdade, da democracia e da vida humana.