Carlos Reis, Ana Pires, José Manuel Pureza, Abílio Hernandez, José António Bandeirinha, João Maria André e Marisa Matias são os autores de um texto publicado hoje no Público, na secção Cultura, que é a coisa mais ridícula que já li. Não conhecesse a filosofia da "Cultura de Coimbra" (alguns destes senhores são professores da Universidade de Coimbra) e ficaria até surpreendido.
Único objectivo do texto: reivindicar mais subsídios para a cultura (a deles como é lógico). Porquê? Porque o Presidente da Câmara Municipal, por inerência o representate dos interesses dos eleitores/contribuintes do concelho resolveu racionalizar os gasto da cultura.
Como é habitual o texto opta pela indignação em detrimento do uso de argumentos. Porquê? Porque eles sentem aquele dinheiro como deles, não como sendo de todos os contribuintes do concelho. É o resultado de décadas de vidas, e carreiras, feitas à custa de dinheiro público, em actividades sem qualquer controlo de mercado, em que o sucesso das iniciativas culturais é medido pelos próprios amigos num círculo fechado, e não pelo grande público, pela aceitação das massas. Caso as iniciativas fossem relevantes, fossem de grande qualidade, então após alguns anos de farto incentivo estatal, conseguiriam agora, com uma racionalização (= corte) das despesas essas iniciativas culturais não teriam problemas em subsistir com o dinheiro do público, ou mesmo dos próprios, se eles o admitem como fundamental.
É claro que a justificação deste tipo de senhores é sempre fomentar a cultura dos outros. Mas então porque é que nós, contribuintes, havemos de pagar a cultura dos outros. Eu sei do que gosto, e pago aquilo que eu gosto.
Nota: apenas dois partidos votaram contra o orçamento, o que significa, caso sejam o BE e o PCP esses partidos, que há um consenso de cerca de 90% dos eleitores/contribuintes.