quarta-feira, fevereiro 15

o medo ocidental

A Europa saiu da I Guerra Mundial com muito medo. Quando apareceu Hitler ganhou ainda mais medo. Daladier e Chamberlain fizeram todas as cedências possíveis perante as encenações de Hitler. As encenações consistiam na tese do território vital do povo alemão. A tese era ridícula, mas os governos europeus tinham medo e cederam. Cederam tudo o que podiam. Evitaram enfrentar o seu medo, e o medo acabou por dominá-los e quase derrubá-los.

Hoje em dia, a Europa tem medo do Islão. O Islão faz as suas exigências. Estas exigências são ridículas e não passam de um pretexto. Mas a Europa quer acreditar que pode resolver o problema e faz as suas cedências (Solana, Annan, Freitas). Acha que isso resolverá o seu medo. A opinião pública assiste, e grande parte com um crescente ódio ao Islão, é certo que todos os ódios têm por detrás um medo. E agora resta saber se o medo vai desaparecer em face da satisfação das exigências. É certo que não vai. Ele voltará mais tarde.

Nota: Churchill, aquando do Blitz sobre a Inglaterra, e perante a impossibilidade de a Alemanha consumar uma invasão da Grã Bretanha, podia ter negociado a paz, e manter as suas colónias intactas. Mas Churchill não era "sensato" no sentido que Freitas do Amaral dá ao termo. Ele sabia que só com a completa destruição do Nazismo o seu medo desapareceria. Ele enfrentou o problema.