Em nome da Vida
Em nome da vida, e não em nome da lei, uma brigada dos SEF foi "raptar" uma criança à Guiné-Bissau para que se impedisse que ela fosse sujeita à escabrosa prática de excisão.
Uma força portuguesa foi a outro país, a pedido do pai que se encontrava no nosso país, e contra a vontade da família que se encontrava na Guiné, que tinha a sua custódia, e que lhe ia infligir essa tortura, buscá-la, desobedecendo ao protocolo legal, e outros atropelos que tais.
Atropelos esses que eu aplaudo. Uma vida é mais importante que certos pormenores legais. Mesmo que uma força de segurança entre num território onde não tem jurisdição.
Mas o mesmo não se pode dizer de muitos. Na mesma situação toda a gente quer condenar a procura activa de terroristas no espaço internacional. Ao tratamento diferente que se dá às duas notícias chama-se parcialidade. Ao relevo que se dá a esta última chama-se anti-americanismo. À pouca importância que a Europa dá à luta contra o terrorismo chama-se autismo.