Deserto de ideias
Apesar do que alguns disseram, não sou assim tão bom. Leio alguma coisa e tento entender a política. Como Liberal acho que não devo interferir ou comandar a vida de ninguém, contudo a haver política ela versar sobre a boa gestão da coisa pública. Isso implica obrigatoriamente a falar de questões económicas. Obrigatoriamente! E não o devemos esconder envergonhados, como se ao falarmos de um economista, com um economista ou como um economista isso já por si nos conotasse ideologicamente. O que temos é de acabar com as mentalidades que defendem que não se deve tratar a Educação como uma empresa ou da Saúde como uma empresa. Essa mentalidade é que levou ao desastre: não se racionalizam despesas, não se programam objectivos. É exactamente essa a mentalidade que se deve combater. Mentalidade amiúde conotada com o discurso politicamente correcto. Quando ouvi os discursos dos candidatos a líder do PSD (no qual me filiei) desiludo-me: só se fala do partido, da força das pessoas e de palavras vagas e abstractas como oposição e futuro. Não se ouve uma única ideia, uma fractura, nada. Substituindo a sigla PSD por Benfica o discurso de um dos candidatos podia ser o discurso de Luís Filipe Vieira à re-candidatura do Benfica. É pena. Mas para mim, política não é aquilo. É como quando ouço o Professor Marcelo: mas o que é que me interessam os factos políticos? Nada. E é por essas que os meus fins de semana são dedicados ao Chelsea, ao Mantorras e aos Jogos de Estratégia.