O Império Francês
Quando todos tomam como verdade a coisa mais ridícula do mundo, muitas coisas perfeitamente razoáveis passam à frente do nosso nariz e dizemos que são mentira.
Acusam os EUA de querer constituir um Império. E não reparam que a China vai anexando uns países de vez em quando e que se prepara para o fazer novamente. E depois há outros países que também que não aceitam o alinhamento com os Americanos só porque não querem aprecer na fotografia com eles, preferem aparecer numa bonita ficção que possa agradar às massas que exultam com a demagogia da extrema extrema esquerda em tudo o que mete política externa, terrorismo, ecologia e combate à pobreza, garantindo mais uns votos e mantendo as esperanças de poder encabeçar uma "outra via para o mundo", mesmo que as diferenças não beneficiem os outros em nada. A França faz tudo o que for possível para se promover, mas não tem uma alternativa viável a apresentar ao mundo, nada que substitua o liberalismo americano. O seu plano é trocar o inglês pelo francês e o que diz cultura anglo-americana por cultura francesa. Faz tudo para aparecer na fotografia certa. Até dar um abraço a Putin, quando a Rússia atravessa a maior crise democrática depois da queda do muro. E fá-lo nas costas de Bush, que dias antes tinha ido deixar alguns recados ao russo (num assomo de coragem de que a Europa há muito carece). É que os EUA criaram um modelo económico e social que produz riqueza e progresso, e um modelo político que é o mais livre que os homens alguma vez conheceram. Ajudaram a espalhar as suas ideias pelo mundo e todos ganhámos com isso (inclusive eles, claro). A França não está contente com o resultado, apesar de o mundo está melhor ela só se preocupa com o seu papel nisso tudo, apenas sonha voltar ao que já foi: uma potência com influência geo-estratégica e cultural. Não tem um modelo novo, quer ser grande porque sim. Não quer ser grande por substância, quer ser grande de facto. O modelo europeu, em parte criado por franceses fracassa todos os dias, e todos os dias se fazem e refazem novas estratégias para a Europa, quer seja o Pacto de Estabilidade e Crescimento, quer seja a anedótica Estratégia de Lisboa, que previa que a Europa fosse a economia mais competitiva do mundo em 2009. Para já achou-se melhor adiar esse objectivo por mais uma década. E depois logo se vê.