Serviço Público de Televisão
Pagamos 20 euros na factura da electricidade de contribuição áudio-visual. E para quê? Para ver um programa da manhã que concorre em mediocridade com programas similares de canais privados? E um programa da tarde que repete a acção do da manhã com a agravante de os apresentadores serem insuportáveis. No entanto, é importante ter um programa de serviço público que leve Portugal para os portugueses que estão no estrangeiro, um programa que leve Portugal e os próprios apresentadores a essas terras onde os nossos emigrantes param. É importante que eles recordem Portugal e matem as saudades sempre com o mais medíocre.
Mas o que oferece a televisão aos portugueses residentes em Portugal? Serviço público? Ou concorrência com os canais privados? A RTP1 não é mais do que um canal programado para ter audiência ao nível dos privados generalistas. A 2: é precisamente o contrário, oferecendo excelentes séries, documentários interessantes e, é de salientar, programação infantil durante a semana. O bom dos dois canais podia muito bem ser fundido num só canal com menos custos. Claro que essa fusão não é aceite porque, dizem, dar-se-ia primazia aos conteúdos da RTP1, à mediocridade que, segundo dizem, “é o que o povo quer”.
Ora, que serviço público quando para ter televisão de qualidade é preciso pagar a um servidor de televisão por cabo? Então porque pagamos, nós, uma contribuição áudio-visual? Pagamos porque, inteligentemente, ela foi colocada na factura da EDP. Tenhamos ou não televisão, paguemos ou não para ter televisão a sério, temos todos, os que temos electricidade, que pagar a contribuição áudio-visual, como se fosse uma esmola (obrigatória) que todos damos para termos um serviço público de televisão que assegure a qualidade televisiva.
Contudo, a necessidade desta contribuição pode compreender-se depois de se ver os custos do serviço?...