O nosso mercado e os Jogos Olímpicos
Um exemplo de como "como funciona o mercado" em Portugal, neste caso o audiovisual. As transmissões dos Jogos Olímpicos foram transmitidas por três canais portugueses (e não estou a falar de notícias à volta dos Olímpicos, refiro-me MESMO às transmissões dos Jogos Olímpicos, o que a RTP1 passou não tem nada a ver com Olímpicos, o que transmitiu seria transmitido em qualquer outra altura e a propósito de qualquer outra competição e não fizeram um esforço especial: futebol e participações portuguesas mais relevantes).
Assim as transmissões dos Jogos Olímpicos foram distribuídas pela DOIS (2:), RTPN, e SPORTTV.
A DOIS (2:), é um canal de sinal aberto e grátis.
A RTPN é um canal que está incluído nos pacotes das redes de cabo, paga-se alguma coisa e recebe-se vários canais (no meu caso 15 euros por 30 canais)
A SPORTTV é um canal pago, quem quer ver o que lá está paga (no meu caso 17 euros)
Como é que deveria funcionar em teoria? Quem acede a canais pagos, deveria ter acesso a melhores conteúdos (pagou por eles), quem pagou alguma coisa deve exigir alguma qualidade e assim sucessivamente. Num canal aberto a oferta deve ser a possível, o que dê para pagar as despesas. A questão de ser de serviço público ou não nem sequer devia ser equacionada, pois quem quer transmitir Jogos Olímpicos tem que pagar ao Comité e acabou. Senão apareciam os senhores donos de alguns países que diriam logo que tudo aquilo era serviço público para o seu povo e reclamar os direitos de transmissão internacional de graça. Ora bem, quem quer paga, e para pagar tanto pode ser uma televisão pública ou privada (ao contribuinte deveria interessar que fosse uma televisão privada, assim não gastaria do seu bolso, mas enfim...).
Poderia o esquema de transmissões funcionar de outro modo. As transmissões seriam divididas por todos os canais, por exemplo, um transmitia o andebol, outro o voleibol e outro o basquetebol. Seria discutido e mesmo se se dividisse tudo igualmente ganhariam todos na mesma. Quem pagasse para ter mais canai, como os assintes da SPORTTV, embora não saísse beneficiado na qualidade, saíria beneficiado pelo simples facto de ter mais um canal, isto é, saía beneficiado pela quantidade.
Complicado? Acho que não. Mas as nossas televisões conseguiram um processo muito melhor: um sistema de completa concorrência e sem regras, o que é, desde logo, avesso às regras de mercado, pois quem pagou não saíu beneficiado em nada porque pura e simplesmente todos os canais transmitiam os mesmos eventos 50% do tempo.
Podemos dizer que é incompetência dos privados (SPORTTV), não tenho dúvida de que há imensa.
Outros dirão que isto é um reflexo da dominância do Estado e da sobrecompreensão de conceitos como serviço público, interesse público, direitos das pessoas e deveres do ESTADO.
Assim as transmissões dos Jogos Olímpicos foram distribuídas pela DOIS (2:), RTPN, e SPORTTV.
A DOIS (2:), é um canal de sinal aberto e grátis.
A RTPN é um canal que está incluído nos pacotes das redes de cabo, paga-se alguma coisa e recebe-se vários canais (no meu caso 15 euros por 30 canais)
A SPORTTV é um canal pago, quem quer ver o que lá está paga (no meu caso 17 euros)
Como é que deveria funcionar em teoria? Quem acede a canais pagos, deveria ter acesso a melhores conteúdos (pagou por eles), quem pagou alguma coisa deve exigir alguma qualidade e assim sucessivamente. Num canal aberto a oferta deve ser a possível, o que dê para pagar as despesas. A questão de ser de serviço público ou não nem sequer devia ser equacionada, pois quem quer transmitir Jogos Olímpicos tem que pagar ao Comité e acabou. Senão apareciam os senhores donos de alguns países que diriam logo que tudo aquilo era serviço público para o seu povo e reclamar os direitos de transmissão internacional de graça. Ora bem, quem quer paga, e para pagar tanto pode ser uma televisão pública ou privada (ao contribuinte deveria interessar que fosse uma televisão privada, assim não gastaria do seu bolso, mas enfim...).
Poderia o esquema de transmissões funcionar de outro modo. As transmissões seriam divididas por todos os canais, por exemplo, um transmitia o andebol, outro o voleibol e outro o basquetebol. Seria discutido e mesmo se se dividisse tudo igualmente ganhariam todos na mesma. Quem pagasse para ter mais canai, como os assintes da SPORTTV, embora não saísse beneficiado na qualidade, saíria beneficiado pelo simples facto de ter mais um canal, isto é, saía beneficiado pela quantidade.
Complicado? Acho que não. Mas as nossas televisões conseguiram um processo muito melhor: um sistema de completa concorrência e sem regras, o que é, desde logo, avesso às regras de mercado, pois quem pagou não saíu beneficiado em nada porque pura e simplesmente todos os canais transmitiam os mesmos eventos 50% do tempo.
Podemos dizer que é incompetência dos privados (SPORTTV), não tenho dúvida de que há imensa.
Outros dirão que isto é um reflexo da dominância do Estado e da sobrecompreensão de conceitos como serviço público, interesse público, direitos das pessoas e deveres do ESTADO.
O que é certo é que as transmissões se repetiram em simultâneo em vários canais. As notícias eram iguais em muitos deles (na RTP e na RTPN as peças sãos as mesmas, só muda o apresentador). Muitas transmissões foram anuladas ou esquecidas, muitos desportos foram simplesmente ignorados. E fora de horas, pela madrugada, lá havia algumas transmissões, mas tudo em repetição do que já tinha sido transmitido durante o dia.
Conclusão, que tinha EUROSPORT acompanhou mais ou menos os Jogos Olímpicos, quem não tinha viu o (pouco) que os canais portugueses quiserem mostrar: quase sempre a prestação dos atletas portugueses, como se mais nada interessasse, desprezando grandes heróis internaconais, que só apareciam nos noticiários a correr, em peças montadas pela Reuters ou pela France Press, depois de todos os fait divers dos nossos ATLETAS NACIONAIS, as estórias das suas aventuras pela Grécia, as reacções das famílias, as opiniões das pessoas que passam na rua e não os conhecem, etc. Se só ligamos às nossas prestações porque hão-de os estrangeiros ligar às nossas?
Entretanto o nosso Primeiro decidiu que era do interesse público a transmissão de um jogo de futebol em sinal aberto. Um Porto-Valência que teve tanta relevância como qualidade jogo, diga-se.
E enquanto uns agradecem ao nosso Primeiro o canal privado, que comprou os direitos do jogo prepara-se para pedir uma choruda indemnização (a que tem direito), aliviando os contribintes de mais uma pipa de massa, que a dividir por todos não custa nadinha...
Entretanto o nosso Primeiro decidiu que era do interesse público a transmissão de um jogo de futebol em sinal aberto. Um Porto-Valência que teve tanta relevância como qualidade jogo, diga-se.
E enquanto uns agradecem ao nosso Primeiro o canal privado, que comprou os direitos do jogo prepara-se para pedir uma choruda indemnização (a que tem direito), aliviando os contribintes de mais uma pipa de massa, que a dividir por todos não custa nadinha...
E não sei o espanto de haver tanta pirataria nos audiovisuais em Portugal, pagar para quê? para isto? É preciso ser muito parvo, como eu...
E não sei por que motivo a esquerda se queixava tanto de um Primeiro que sabe tão bem como criar um estado Socialista.
E não sei por que motivo a esquerda se queixava tanto de um Primeiro que sabe tão bem como criar um estado Socialista.